quinta-feira, 15 de abril de 2010

Entrando no mundo das deficiências . . .



Deficiências a nível físico



Dentro deste assunto podemos encontrar variados tipos de deficiências que englobam desde a nível motor, visual, auditivo e mesmo os distúrbios da fala. As causas são muitas e variadas, no entanto as consequências que irão advir destas alterações na pessoa levarão a uma completa mudança na sua própria vida.




Deficiências a nível motor

Deficiência motora consiste numa disfunção física ou motora, a qual poderá ser de carácter congénito ou adquirido.
Igualmente podemos caracterizar a disfunção física como uma paralisia ou paresia, de acordo com o grau de gravidade da deficiência. A paralisia refere-se à perda da capacidade de contração muscular voluntária, por interrupção funcional ou orgânica num ponto qualquer da via motora, que poderá ir do córtex cerebral até o próprio músculo. Enquanto que a paresia diz respeito a quando o movimento está apenas limitado ou fraco, a mobilidade apresenta-se num padrão abaixo do normal, no que se refere à força muscular, precisão do movimento e amplitude do movimento e denota-se uma resistência muscular localizada.
Desta forma, esta disfunção irá afectar o indivíduo, no que diz respeito à sua mobilidade, coordenação motora ou fala. Este tipo de deficiência pode decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas e ainda de má formação.


Tipos de deficiências motoras:
Monoplegia: Paralisia de um só membro.
Hemiplegia: Estão afectadas ambos os membros de um lado.
Paraplegia: Paralisia dos dois membros inferiores.
Tetraplegia: Disfunção nos quatro membros.
Amputação: falta de um membro.



Deficiências a nível visual


Consiste na perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clínico ou cirúrgico.
A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) ou uma ausência total da resposta visual (cegueira).


Os estudos desenvolvidos revelam que podemos distinguir 3 tipos de deficiência visual:


CEGOS: detêm somente a percepção da luz ou que não detêm nenhuma visão e precisam aprender através do método de Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão.
• Portadores de VISÃO PARCIAL: apresentam limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objectos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância.
• Portadores de VISÃO REDUZIDA: são considerados indivíduos com visão que podem ter o seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes.

As principais causas da cegueira e de outras deficiências visuais relacionam-se em amplas categorias:


• Congénitas: amaurose congénita de Leber, malformações oculares, glaucoma congénito, catarata congénita.
• Adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes, doenças infecciosas.



Deficiências a nível auditivo


A deficiência auditiva, trivialmente conhecida como surdez, consiste na perda parcial ou total da capacidade de ouvir, isto é, um indivíduo que apresente um problema auditivo.
É considerado surdo todo o individuo cuja audição não é funcional no dia-a-dia, e considerado parcialmente surdo todo aquele cuja capacidade de ouvir, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.



Diferença entre surdez e deficiência auditiva


Por vezes, as pessoas confundem surdez com deficiência auditiva, contudo, estas duas noções não devem ser encaradas como sinónimos.
A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, ou seja, não se tem a capacidade de ouvir qualquer som. Por consequência, surge uma série de dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação.
Por sua vez, a deficiência auditiva consiste num défice adquirido, isto é, quando se nasce com uma audição perfeita e, devido a lesões ou doenças, a perdemos. Nestas situações, na maior parte dos casos, a pessoa já aprendeu a comunicar oralmente, porém, ao adquirir esta deficiência, terá de adoptar outro tipo de comunicação como, por exemplo, a linguagem gestual.
Em certos casos, pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a intervenções cirúrgicas (dependendo do grau da deficiência auditiva) a fim de minimizar ou corrigir o problema.


Distúrbios da fala

O distúrbio da fala consiste num impedimento ou dificuldade de comunicação através das palavras, isto é do discurso articulado. A fala pode ser subdividida em dois estágios: concepção – formulação – e produção – articulação e fonação. O desenvolvimento da fala nas crianças começa com a associação de sons a pessoas e objectos, sendo que a compreensão normalmente precede a vocalização em alguns meses. A fase do balbucio, em que a criança brinca com os sons da fala, é provavelmente estrutural para o desenvolvimento desta, sendo, posteriormente, a leitura incitada, visto que se encontra intimamente relacionada à fala e envolve a associação de símbolos audiovisuais.
A fala compreende a coordenação de diversos aspectos do funcionamento cerebral, como a nível dos sentidos, e disfunções nestes sectores cerebrais levam a diferentes formas características:

Atraso de Linguagem - Podemos considerar neste caso, crianças que apresentam uma "fala inteligível",i.e., que não pode ser compreendida. Ex: A criança que utiliza mais o gestos do que a fala para se comunicar.

Dislalia - Troca, omissões ou acréscimos de fonemas na fala. Ex: A criança que fala "Tapo" ao invés de "Sapo".

Disfonia - É mais conhecida como rouquidão, podendo acontecer em adultos ou crianças, causada por um problema orgânico(Ex: Nódulo) ou um problema fisiológico(Ex: Abuso vocal).

Deglutição Atípica - Este problema está relacionado a uma alteração da arcada dentária consequente de um possível mau posicionamento de um dos orgãos da fala(Lábios ou Lingua), podendo acontecer casos de origem genética.

Distúrbios de Leitura e Escrita - São os erros gramaticais ou fonéticos na escrita e dificuldades na leitura. Ex: A criança que escreve "Cato" ao invés de "Gato". A criança que ao ler pula palavras ou linhas. Não podemos esquecer da Discalculia, que é uma dificuldade matemática. Ex: Inversões de números ou dificuldade na interpretação de problemas.

Disfemia - É a famosa Gagueira.

Deficiência Auditiva - É uma diminuicão da audição, que afecta a comunicação oral dependendo do seu grau e tipo.

Doenças Neurológicas - São lesões que afectam o Sistema Nervoso Central(Congênitas ou Adquiridas), causando alterações na fala, voz ou linguagem. Ex: Paralisia Cerebral, Deficiência Mental, Autismo e Síndrome de Down.

Fissura Lábio-Palatal - Deformidade orgânica, que tem como causa principal a hereditariedade e que acomete os orgãos da fala, acarretando uma nasalidade acentuada e uma grande alteração na arcada dentária.

Problemas de Dicção - Alterações na articulação das palavras. Ex: Indivíduos que falam muito rápido, prejudicando a fala.

Afasia - Transtorno de fala e linguagem que surge em indivíduos que sofreram acidentes vasculares.

Reabilitação de Laringectomizados - Tratamento de indivíduos que sofreram uma Laringectomia, retirada cirúrgica da laringe, e que perderam a capacidade de falar.

Na infância, os distúrbios da fala podem apresentar diferentes causas. Muitas vezes, a criança não é estimulada ou não tem modelos correctos de comunicação ou, em outros casos, pode ocorrer alteração nos órgãos periféricos (ouvidos, estrutura fono-articulatória), no sistema nervoso central, ou deficiências anatómicas, como a fissura labial. Há ainda a probabilidade do distúrbio ter origem emocional.

"Deficiente" não!!


A expressão “pessoa com deficiência” pode ser atribuída a pessoas portadoras de qualquer tipo(s) de deficiência. Porém, em termos legais, esta mesma expressão é aplicada de um modo mais restrito e refere-se a pessoas que se encontram sob o amparo de determinada legislação.
É designado “deficiente” todo aquele que tem um ou mais problemas de funcionamento ou falta de parte anatómica, embargando com isto dificuldades a vários níveis: de locomoção, percepção, pensamento ou relação social.
Até bem recentemente, o termo “deficiente” era vulgarmente aplicado a pessoas portadoras de deficiência(s), todavia, esta expressão acarreta consigo uma forte carga negativa depreciativa da pessoa, pelo que foi, ao longo dos anos, cada vez mais rejeitada pelos especialistas da área e, em especial, pelos próprios portadores. Actualmente, a palavra é considerada como inadequada e estimuladora do preconceito a respeito do valor integral da pessoa. Deste modo, a substituir o termo “deficiente” surge a expressão: “pessoa especial”.